Redondamente eu
Enigma. Cores. Retalhos.
Útero. Óvulo. Flores abdominais.
Navalhadas no corpo
no de fora, no de dentro.
Navalheiro deglutido com voracidade
a retalhar desde o ventre
as redondas formas do ser.
Cabelos esvoaçantes
cortados pela raiz.
Vulva sertão-certinha
com desejo de mares.
Pêlos que querem eriçar.
Boneca-mulher civilizada
a doer no espelho.
Trompas. Tripas. Cérebro.
Pés, fibra
Mãos trêmulas abrem a caixola
p´ra que a boneca se vá.
E do espelho
quase se ouve, fininho,
o despertar d´uma voz
adoravelmente humana.
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